Guarda compartilhada cresce no Brasil e guarda exclusiva da mãe cai pela metade em 10 anos, aponta IBGE 1y5057
há dois anos atrás, esse modelo foi adotado em cerca de 42,3% dos casos, frente a apenas 7,9% em 2014. Confira levantamento completo 3ux4i

O levantamento divulgado nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela uma transformação nas relações familiares no Brasil: a guarda compartilhada dos filhos, em casos de divórcio, mais do que quintuplicou em menos de uma década.
Em 2023, esse modelo foi adotado em 42,3% dos casos, frente a apenas 7,9% em 2014. No mesmo período, a guarda exclusiva concedida às mães caiu de 85,1% para 45,5%.
De acordo com a advogada Ariadne Maranhão, especialista em Direito das Famílias e Sucessões, os números refletem o impacto direto da Lei 13.058/2014, que estabeleceu a guarda compartilhada como regra, mesmo na ausência de consenso entre os pais.
A mudança jurídica, segundo ela, impulsionou uma revisão cultural sobre os papéis parentais e o exercício da paternidade no país.
“A guarda compartilhada não é apenas um arranjo jurídico, ela representa uma mudança de mentalidade. Hoje, temos mais pais reivindicando judicialmente o direito de participar ativamente da vida dos filhos”, afirma Ariadne.
Ainda segundo o IBGE, mais da metade dos divórcios registrados em 2023, 52,3%, envolviam casais com filhos menores de idade.
Especialistas apontam que esse dado reforça a importância de modelos de guarda que favoreçam a corresponsabilidade parental e garantam o desenvolvimento saudável das crianças em contextos de separação.
A advogada destaca que o conceito de guarda compartilhada vai além da divisão do tempo com os filhos.
“Trata-se da divisão de decisões importantes, como escolha de escola, tratamentos médicos, atividades extracurriculares. É uma estrutura que exige diálogo, maturidade e, sobretudo, foco no bem-estar da criança”, explica.
Ariadne também aponta que a queda da guarda exclusivamente materna também indica uma desconstrução de estigmas e estereótipos enraizados.
Os dados do IBGE, aliados à análise de especialistas, apontam para um novo cenário nas relações familiares brasileiras, onde aspectos legais e culturais caminham juntos para promover maior equilíbrio e corresponsabilidade entre mães e pais após a separação.